O PT anunciou que pedirá a cassação do mandato do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) na próxima terça-feira (29). Em mais uma declaração homofóbica, o parlamentar faz insinuações sobre a opção sexual da presidente Dilma Rousseff. Nesta quinta-feira (24) o deputado usou a tribuna da Câmara Federal como palanque para sua campanha preconceituosa.
Ao comentar a intenção do Ministério da Educação (MEC) em incluir o combate à homofobia nos currículos escolares, ele disparou contra Dilma. "Se gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma".
"Eu acho que ele feriu o decoro parlamentar. Ele incita ódio aos homossexuais e não segue os ritos do Parlamento. Portanto, nós vamos representá-lo no Conselho de Ética e vamos pedir a cassação dele na próxima terça-feira", informou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder do PT na Câmara.
Mais uma vez, o deputado homofóbico não vê problemas em suas declarações. Ele afirmou ao Portal Terra nesta sexta (25) que não quis ofender e que não se interessa pela opção sexual de Dilma, apenas pela exclusão do chamado kit-gay das escolas.
"Eu não tenho que pedir desculpas para a presidente. Tudo que eu falo é motivo de processo, então eu acho que tenho que ficar quieto em Brasília. Qualquer escorregada minha é motivo para processo, mas eu não vou parar de falar. O dia que eu parar de falar, não fico mais em Brasília", afirmou Bolsonaro, dizendo não temer um processo de cassação.
O deputado criticou ainda a vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), que pediu ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), "providências enérgicas" contra ele, que está "sem freio de arrumação".
"Pois que me cassem, mas tenham vergonha na cara de enterrar esse projeto do kit-gay, já que Dilma não teve coragem de enterrar", concluiu Bolsonaro. Domingos Dutra (PT-MA), que ocupava a presidência da sessão, determinou a retirada das declarações das notas taquigráficas atendendo ao pedido do deputado Marcon (PT-RS). Caberá agora a Marco Maia (PT-RS) decidir se o discurso ficará registrado nos documentos da Casa ou será retirado da história oficial da Câmara.
As preconceituosas declarações de Bolsonário passaram a fazer parte da rotina da Câmara. Quase que mensalmente, o deputado homofóbico ganha as páginas dos jornais incitando o seu ódio contra os homossexuais. Infelizmente, ao mesmo tempo que causa repúdio em muitos, o deputado usa o preconceito como estratégia para se relacionar com seus cerca de 200 mil eleitores.
Fonte: O Vermelho